quinta-feira, 6 de maio de 2010

Tucanos e salários em Minas


O governo tucano mineiro indica que nada mudou em seu ideário neoliberal. Para o "novo" liberalismo o aumento da renda nacional não deve corresponder à melhor distribuição de riqueza, na forma de salários para o povo.
Ou seja, o país tem que se desenlvolver sim, mas garantir que os salários participem com destaque na renda nacional, isso não consta do receituário tucano. O que significa concentração de renda e riqueza nas mãos de poucos.
Transferir parte dos ganhos de produtividade para os salários dos mais pobres torna-se um indicador de desenvolvimento econômico e social. É o que se vê nos países mais desenvolvidos.
Num "reino" tucano como Minas Gerais, temos agora um terrível exemplo de como não se deve tratar essa relação entre renda nacional e salários. Aqui, o governo dá um aumento percentual linear para todas as categorias. Ou seja, 10% para quem ganha 20 mil reais é bem diferente do que os mesmos 10% para quem ganha 700 reais. Um acrescenta 2 mil reais em seu salário, o outro 70.
Ora, o próprio estado é o maior empregador de Minas. Se os recursos existentes fossem melhor distribuídos, privilegiando as faixas salariais menores, isso ajudaria a ativar o consumo regional, o que iria melhorar o perfil das atívidades econômicas internas, a própria arrecadação do governo etc. E apontaria para que servidores da saúde e da educação começassem a recuperar perdas. Ou, com outras palavras, se ao invés de 70 reais, o ganho fosse de 120, os efeitos positivos disso seriam muito mais imediatos.
Exemplificando: dezenas de milhares servidores comprando mais arroz, feijão, produtos de higiene doméstica, gastando com lazer aqui, etc, é uma coisa; outra, é uma meia dúzia de pessoas gastar na Europa ou nos Estados Unidos, ou mesmo adquirir jet ski para seu verão.
A participação dos salários das maiorias na composição da renda nacional, ainda que tenha melhorado nos últimos 8 anos, está longe do alcançado no biênio 1959/60, quando atingiu 56,5%.
O bloco PT-PMDB-PCdoB se compromete a colocar esse debate na agenda eleitoral de 2010. Sem demagogia, sem falsas promessas, mas com compromisso de enfrentar o problema.