sexta-feira, 7 de maio de 2010

Minas e sua "doença holandesa"

Na sexta feira (07/05) foram divulgados, pelo IBGE, os índices regionais de produção industrial "ajustados sazonalmente".
Há um importante avanço em março, na relação com fevereiro de 2010. A média nacional de crescimento nesse período é de 2,8%. Paraná, Amazonas, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina estiveram muito acima dessa média. Minas ficou na média: 2,8%.
Na comparação com o mês de março de 2009, auge da crise, ficaram acima da média nacional (19,7%), nessa ordem, Espírito Santo, Amazonas, Pernambuco, Paraná, Goiás e Minas Gerais.
No acumulado dos 12 meses, Minas teve 2,7% de crescimento negativo, perdendo apenas para o estado do Pará (-4,1%)! Logo, o penúltimo desempenho nacional.
Não é mera coincidência que Minas e Pará tenham um desempenho industrial pífio. O problema é que ambos estados são dependentes da exportação de produtos primários. Ou seja, ambos são alvos fáceis para a "doença holandesa": a riqueza extraída de seus solos pode ter um efeito inibidor sobre desenvolvimento o industrial capaz de agregar valores a produtos primários, tornando-os (os estados) dependentes dos humores dos preços internacionais das comodities e da existência de estoques naturais.
Porém, justiça seja feita: o Pará não teve os privilégios históricos de Minas Gerais. Além disso, temos 8 anos de governo tucano, com seus espetaculares e fabulosos déficit-zero, choque de gestão, estado para resultados, projetos estruturadores, tudo isso orientado para "fazer de Minas, o melhor estado do país para se viver". Ou seja, o Pará não teve a "sorte" de ser contemplado com tanto marqueting que visava apenas a promoção de seu governante, para seus egoísticos objetivos pessoais.
E a "vida como ela" é se revela plenamente: Minas saí de dois governos consecutivos, mostrando as mesmas vulnerabilidades do passado e perdendo uma oportunidade histórica.