quarta-feira, 23 de junho de 2010

A "bóia" de Serra

O jornal Folha de São Paulo, desta quarta-23/06, pela enésima vez jogou a "bóia" para a candidatura Serra. Primeiro, ao se antecipar a um desastre: a veiculação do hiper-nepotismo do presidente nacional tucano, senador Guerra, de Pernambuco, emprega "apenas" 9 pessoas de uma mesma família, em  seu escritório em Recife. Só um, comprovadamente, para ele trabalha. Sérgio Guerra, o probo, é cotado para vice de José Serra. A FSP quer evitar a tragédia política, antecipando a denúncia. Algo semelhante na base de aliados da candidatura Dilma daria manchete de capa.
A tentativa é óbvia: esvaziar o impacto da notícia, com um texto mais ameno.
Élio Gaspari, na mesma edição e caderno, vai na rota traçada: ele "desenvolve" o raciocínio serrista, na crítica à política econômica de Lula. Falando como se estivesse numa reunião do comitê oposicionista, ele adverte: "Enunciado desse jeito, move poucos votos, mas significa o seguinte:.." . Aí ele traduz, de forma mais inteligível, as palavras de seu candidato.
Enfim, parece que a disputa pela coordenação política e de marqueting da campanha tucana pende, no eixo Rio-São Paulo, para a FSP.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

SindUTE-MG reage à demagogia tucana

A direção do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas, SindUTE promete ampla mobilização para denunciar mais uma atitude anti-democrática do governo mineiro.
Como todos se lembram, a paralisação da greve da educação no estado ocorreu, dentre outros motivos, pelo comprometimento do governo tucano em montar uma comissão de trabalho, com representação sindical, para tentar uma saída ao impasse colocado pela campanha salarial deste ano.
De forma truculenta, desrespeitosa, populista e demagógica, o governo Anastasia tomou atitudes sem mesmo se comunicar com a direção sindical, enviando à ALMG proposta que, no conteúdo, representa um grande retrocesso, em termos de direitos dos trabalhadores em educação. E mais, gastou mais uma fortuna na imprensa para divulgar seu malfeito
Ou seja, na forma e no conteúdo, o governo tucano mostra seu desapreço pelos servidores públicos, pela enésima vez.
Em nota divulgada em seu site, o SindUTE enumera alguns dos absurdos da proposta:
"- aumento da jornada de trabalho do professor, uma vez que a jornada de 30 horas será compulsória;
- modificação das carreiras da educação retrocedendo na valorização dos níveis de formação e graus (promoção e progressão);
- acaba com todas as vantagens e gratificações que os servidores podem adquirir ao longo da vida funcional;
- não valoriza os setores administrativos que trabalham nas Superintendências Regionais de Ensino;
- muda toda a dinâmica de remuneração do estado passando a ser em forma de subsídio, sem qualquer gratificação ou vantagem de acordo com a carreira e vida funcional."
Enfim, a luta vai continuar. O bloco PT-PMDB-PCdoB se compromete a apoiar incondicionamente o movimento.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Convênios eleitoreiros

O governador tucano em Minas resolveu assinar convênios com prefeitos, no limite dos prazos eleitorais. Segundo o prefeito petista Chico Simões, da cidade de Coronel Fabriciano, tais recursos serão dificilmente liberados: "não dá nem tempo para fazer as medições". Segundo Simões, para preservar direitos de sua cidade, ele até assinou o tal papel. "Mas sei que nada disso será efetivado agora" completa o prefeito. Ou seja, usando e abusando de suas prerrogativas de governador, o candidato tucano ao governo de Minas faz demagogia com os prefeitos. E tem prefeito que cai nessa. Pagando uma minoria de convênios agora, ele gera expectativa. É a versão contemporânea da botina: um pé agora, o outro depois do resultado.
Quando não é isso, é a humilhação explícita: na assinatura em Janaúba, administrada pelo companheiro Zé Benedito, o governador Anastasia exigiu que o dinheiro que seria liberado tivesse a alocação nas obras decididas pela deputada Elbe Brandão!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Hélio Costa e Pimentel lideram chapa de oposição

A chapa majoritária que disputará a eleição em Minas já tem 2 nomes consolidados: Hélio Costa e Fernando Pimentel. A vice-governadoria, a outra vaga do senado e as respectivas suplências também são muito relevantes.
Porém, ao lado da discussão de nomes deve sobressair também o debate programático. O bloco PT-PMDB-PCdoB na Assembléia Legislativa de Minas Gerais tem um inestimável acervo político acumulado nesses 8 anos de resistência no estado.
Muito embora sem cobertura da "grande imprensa", o PT, o PCdoB e o PMDB demarcaram um camplo claro nesta Casa Legislativa: em defesa da liberdade de expressão, na crítica equilibrada ao governo da marquetagem, na defesa de uma respeitosa, federativa e republicana relação entre o estado e os municípios, na defesa dos direitos dos servidores e servidoras, do meio ambiente, do desenvolvimento etc.
Agora é sintetizar tal experiência, agregar outros setores e ganhar as ruas.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Minas: recorde de desflorestamento

O "choque de gestão" na Mata Atlântica mineira
"O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Fundação SOS Mata Atlântica divulgaram nesta quarta-feira (26/05) - véspera do Dia Nacional da Mata Atlântica - dados parciais do “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica” para o período de 2008-2010.
Neste período, foram desmatados ao menos 20.867 hectares de cobertura florestal nativa, ou a metade do município de Curitiba, no Paraná. Para este resultado foram atualizados os mapas de 9 dos 17 Estados onde a Mata Atlântica ocorre: GO, ES, MG, MS, PR, RJ, RS, SC e SP; e a avaliação do período dos municípios destes nove Estados.
Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina foram os que mais desmataram no período, sendo que os cinco municípios que mais perderam cobertura florestal nativa são de Minas Gerais. Os dados foram apresentados durante coletiva online promovida pela SOS Mata Atlântica, da qual participaram Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento e coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica; Flávio Jorge Ponzoni, coordenador técnico do estudo pelo INPE; e Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação." (26/05/2010 - INPE)

Hectares desflorestados por unidade da Federação

MG ......12.524

PR .........2.699

SC ........2.149

RS ........1.897

SP ...........743 (Mata) 65 (restinga)

RJ ...........315

GO .........161

ES ..........160

MS .........164

terça-feira, 25 de maio de 2010

Trabalhadores em educação: PT exige respeito

PT repudia ameaças e exige negociações pelo piso salarial em Minas
Data: 25/5/2010 - 25/5/2010
O Partido dos Trabalhadores através de sua Executiva Estadual reafirma o apoio à greve dos profissionais da educação no Estado. Apoio este já anunciado pelos membros das bancadas de deputados estaduais e federais.
A implementação do piso nacional da categoria, já aprovado pelo governo federal, é o caminho que consideramos correto para a melhoria da educação pública em Minas.
Repudiamos qualquer tipo de ameaça no corte de salário e demissão de professores(as) e orientamos nossos militantes em todo Estado que mantenham a solidariedade e intensifiquem o apoio ao movimento em curso.
Estranhamos que a justiça, ao invés de respeitar o direito de greve, se coloque como obstáculo as justas reivindicações da educação, agindo na prática como apoio a política do Governo do Estado.
Parabenizamos o Sind-UTE e o comando geral pela condução firme e tranqüila da greve e aos professores e demais trabalhadores da educação que mesmo sob ameaças da gestão neoliberal dos governos Aécio e Anastasia do PSDB, se mobilizaram e lutam pelos seus direitos.
Por fim, exigimos do Governo que respeite o direito de greve e mantenha as negociações inerentes ao processo democrático vigente em nosso país.
Executiva Estadual do PTMG




terça-feira, 18 de maio de 2010

Semana promissora












Novo recorde de empregos para o mês de abril, comparado com os anteriores: 305 mil vagas criadas.
O Brasil patrocina acordo inédito com o Irã, diminuindo a voracidade das potências nucleares na tentativa de retaliar aquele país.
Pesquisas Vox Populi e Sensus revelam dianteira de Dilma e novo recorde de aprovação do governo federal, crescendo também a aprovação pessoal de Lula.
Vários analistas apontam para a superação das expectativas de crescimento do PIB 2010.
Vendas de imóveis residenciais novos aumentam 75% em São Paulo.
A chamada "nova classe média" chega a 31 milhões de brasileiros.
Mas, a manchete do jornal "Folha de São Paulo", nesta terça, dia 18, insiste em brigar com a realidade: "Acordo nuclear com Irã não convence potências".
O "New York Times" foi mais explícito ao anunciar o acordo Brasil-Irã-Turquia: Iran Offers to Ship Uranium, Complicating Sanctions Talks: ou, "Irã oferece envio de urânio, complicando debate sobre sanções". A premissa é a "complicação do debate sobre as sanções". O lamento do diário norte-americano é mais correto, jornalisticamente falando. 

Unidade da oposição em Minas

Seguem os esforços de construção da unidade do PT, PCdoB, PMDB, PRB, PR, com possibilidade de atração de outros partidos, para a construção de um palanque único da base do governo Lula em Minas Gerais. O bloco das bancadas PT-PMDB-PCdoB na Assembléia Legislativa já manifestou sua posição de que Pimentel, Hélio Costa e Patrus Ananias devem estar na chapa majoritária. Nacionalmente as altas direções dos partidos, o Presidente Lula e a própria pré-candidata Dilma Rousseff aguardam, com grande expectativa, o desfecho das negociações em Minas.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Minas e sua "doença holandesa"

Na sexta feira (07/05) foram divulgados, pelo IBGE, os índices regionais de produção industrial "ajustados sazonalmente".
Há um importante avanço em março, na relação com fevereiro de 2010. A média nacional de crescimento nesse período é de 2,8%. Paraná, Amazonas, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina estiveram muito acima dessa média. Minas ficou na média: 2,8%.
Na comparação com o mês de março de 2009, auge da crise, ficaram acima da média nacional (19,7%), nessa ordem, Espírito Santo, Amazonas, Pernambuco, Paraná, Goiás e Minas Gerais.
No acumulado dos 12 meses, Minas teve 2,7% de crescimento negativo, perdendo apenas para o estado do Pará (-4,1%)! Logo, o penúltimo desempenho nacional.
Não é mera coincidência que Minas e Pará tenham um desempenho industrial pífio. O problema é que ambos estados são dependentes da exportação de produtos primários. Ou seja, ambos são alvos fáceis para a "doença holandesa": a riqueza extraída de seus solos pode ter um efeito inibidor sobre desenvolvimento o industrial capaz de agregar valores a produtos primários, tornando-os (os estados) dependentes dos humores dos preços internacionais das comodities e da existência de estoques naturais.
Porém, justiça seja feita: o Pará não teve os privilégios históricos de Minas Gerais. Além disso, temos 8 anos de governo tucano, com seus espetaculares e fabulosos déficit-zero, choque de gestão, estado para resultados, projetos estruturadores, tudo isso orientado para "fazer de Minas, o melhor estado do país para se viver". Ou seja, o Pará não teve a "sorte" de ser contemplado com tanto marqueting que visava apenas a promoção de seu governante, para seus egoísticos objetivos pessoais.
E a "vida como ela" é se revela plenamente: Minas saí de dois governos consecutivos, mostrando as mesmas vulnerabilidades do passado e perdendo uma oportunidade histórica.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Tucanos e salários em Minas


O governo tucano mineiro indica que nada mudou em seu ideário neoliberal. Para o "novo" liberalismo o aumento da renda nacional não deve corresponder à melhor distribuição de riqueza, na forma de salários para o povo.
Ou seja, o país tem que se desenlvolver sim, mas garantir que os salários participem com destaque na renda nacional, isso não consta do receituário tucano. O que significa concentração de renda e riqueza nas mãos de poucos.
Transferir parte dos ganhos de produtividade para os salários dos mais pobres torna-se um indicador de desenvolvimento econômico e social. É o que se vê nos países mais desenvolvidos.
Num "reino" tucano como Minas Gerais, temos agora um terrível exemplo de como não se deve tratar essa relação entre renda nacional e salários. Aqui, o governo dá um aumento percentual linear para todas as categorias. Ou seja, 10% para quem ganha 20 mil reais é bem diferente do que os mesmos 10% para quem ganha 700 reais. Um acrescenta 2 mil reais em seu salário, o outro 70.
Ora, o próprio estado é o maior empregador de Minas. Se os recursos existentes fossem melhor distribuídos, privilegiando as faixas salariais menores, isso ajudaria a ativar o consumo regional, o que iria melhorar o perfil das atívidades econômicas internas, a própria arrecadação do governo etc. E apontaria para que servidores da saúde e da educação começassem a recuperar perdas. Ou, com outras palavras, se ao invés de 70 reais, o ganho fosse de 120, os efeitos positivos disso seriam muito mais imediatos.
Exemplificando: dezenas de milhares servidores comprando mais arroz, feijão, produtos de higiene doméstica, gastando com lazer aqui, etc, é uma coisa; outra, é uma meia dúzia de pessoas gastar na Europa ou nos Estados Unidos, ou mesmo adquirir jet ski para seu verão.
A participação dos salários das maiorias na composição da renda nacional, ainda que tenha melhorado nos últimos 8 anos, está longe do alcançado no biênio 1959/60, quando atingiu 56,5%.
O bloco PT-PMDB-PCdoB se compromete a colocar esse debate na agenda eleitoral de 2010. Sem demagogia, sem falsas promessas, mas com compromisso de enfrentar o problema.