segunda-feira, 12 de abril de 2010

"Vacina" tucana em MG

Em tempos de vacinação contra a gripe A, vemos hoje na imprensa mineira uma "vacina" estampada na forma de injeção preventiva (EM 12/03). É que o governo quer dividir, genericamente, com o poder legislativo estadual a responsabilidade pela não implementação do compromisso de pagar um prêmio de produtividade, prometido às vésperas do natal de 2009, pelo tucano Aécio Neves.
Entenda o caso: o então governador Aécio prometeu um prêmio de produtividade de até 200%, a ser pago em 2010, caso as metas com resultados, pactuadas com os servidores, fossem alcançadas. Agora, os representantes do governo na ALMG dizem que foi a atenção exclusiva ao "projeto do aumento" que teria prejudicado a tramitação da proposta em relação ao apetitoso prêmio de produtividade.
Outro tucano de alta plumagem, deputado Lafayette Andrada, relator do projeto na Comissão de Fiscalização Financeira, culpa o deputado Sargento Rodrigues pela retirada da proposta de pauta, pois o mesmo queria incluir os militares. Ao mesmo tempo, o tucano diz que o projeto "está suspenso", e que o governo estaria reavaliando se "aumenta ou não o benefício". Só que não há, no regimento da ALMG, a figura do projeto suspenso. O relator tucano, Lafayette Andrada, o retirou de pauta em 3 de março, e só no dia 9 de março o deputado Sargento Rodrigues pediu uma audiência pública para discutir a extensão da proposta aos militares. Isso é prova cabal que o parlamento mineiro não tem independência frente ao Executivo.
Já o secretário de governo, Danilo de Castro, afirma que o "aumento do prêmio seria um benefício, se não tivesse vindo ao aumento de salários" (sic). Ou seja, o abono seria substitutivo ao aumento de salário. A falácia do Choque de Gestão é desmascarada: iam usar o prêmio de produtividade, como um abono eleitoreiro. Castro atribui ainda à secretaria Renata Vilhena a "ordem para segurar o projeto". Esta não retornou as ligações da reportagem.
Enfim, no jogo de "empurra-empurra" saem os servidores prejudicadose e a imagem do governo Anastasia/Aécio desvelada: prometem, não cumprem e depois não assumem suas responsabiliades. Geram uma expectativa e depois aparecem com desculpas esfarrapadas. Propaganda enganosa.