Cabral estrilou pelo pré-sal. Aécio, na falta de assunto, estrilou contra a Anac. E fez bravata: "Quero dizer de forma clara que essa decisão da Anac não poderá ser implementada. E não será."
Primeiro esclarecimento: a Anac revogou uma portaria de setembro de 2007, que limitava operações com aeronaves de até 50 lugares no aeroporto Carlos Drummond de Andrade (Pampulha). E esclareceu que qualquer autorização para que se opere com aviões maiores dependeria de estudos sobre o terminal, pista, pátio e outras questões de segurança. E que não há demanda formal posta para volta de aviões de maior porte.
Mas foi suficiente para uma reação desmedida do quase-ex-governador de Minas, Aécio Neves, candidato a senador. Inspirado, talvez, por seu companheiro de chapa, Itamar Franco, que realizou exercícios com a PM, no entorno de Furnas, diante das ameaças de privatização tucanas, Aécio Neves faz bravatas. Ora, o aeroporto da Pampulha está sob controle do Ministério da Defesa, mais precisamente, da Força Aérea Brasileira. Como, então, Aécio impediria uma suposta mudança nas operações no referido aeroporto?
O bloco PT-PCdoB-PMDB registra que é necessário agir como muita serenidade, seriedade e responsabilidade nessas circunstâncias.
Segundo esclarecimento: além de estudos técnicos, por parte da própria Anac, será necessário - para uma eventual mudança - um amplo debate que envolva o papel de Confins, a vizinhança da Pampulha, o comércio local, prestadores de serviços, ministério público, outros orgãos públicos estaduais e federais. Tudo sem demagogia e bravatas.