quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Entre o GPS e a Bússola

A bancada neoliberal, na Assembléia Legislativa de MG, resolveu comprar uma "briga ruim" com o PT e com o governo Lula. E de quebra tentou tirar proveito de uma suposta gafe da ministra Dilma em sua recente visita a Governador Valadares.
Disseram que os 30 anos de PT representaram uma negação da democracia, porque o PT não apoiou Tancredo Neves no chamado Colégio Eleitoral. Porque o PT não votou favoravelmente ao texto final da Constituição de 1988.
Ignorância ou má-fé. O PT negou o Colégio Eleitoral porque era a favor das diretas-já. Na Constituição de 1988, o PT ficou ao lado das igrejas e intelectuais progressistas, dos movimentos sociais de negros e negras, mulheres, juventude, público LGBT, cultura, meio-ambiente etc, que tiveram suas propostas derrotadas no processo constituinte.
Os tucanos disseram ainda que ficamos contra o Brasil, criticando o Plano Real. Ora, o tal plano era uma engrenagem de uma máquina mais complexa, que reunia ainda a privatização de patrimônio público, o sucateamento do Estado, a perseguição a servidores, a perda de direitos dos trabalhadores do setor privado etc. Ou seja, o PT criticava o receituário neoliberal e não o necessário controle inflacionário.
Finalmente, disseram que aceitam comparar o período FHC, com o governo Lula. E completaram, presenteando a ministra Dilma Rousseff com um aparelho GPS.
O bloco de oposição respondeu prontamente: o presente seria retribuído ao PSDB, que estava necessitando de uma bússola, porque se apresenta sem "norte", sem discurso programático. E que nenhum tucano tinha autoridade política para desconstruir o papel político do PT, ao longo de seus trinta anos de existência.
A polêmica está aberta. E promete ser boa.