Continua o impasse entre os 592 agentes penitenciários punidos e o Governo Aécio. O bloco PT-PMDB-PCdoB promete obstruir os trabalhos na ALMG nessa reta final de ano, enquanto essa situação não se resolver.
Por causa de uma greve de três dias realizada em outubro, o governo Aécio Neves demitiu sumariamente os agentes contratados e suspendeu concursados. O movimento grevista foi a forma encontrada pelos servidores para reivindicar direitos básicos: a volta do auxílio alimentação, o fim do assédio moral, melhorias nas condições de trabalho, a efetivação dos servidores contratados e equiparação de salário com a Polícia Civil.
O direito de greve é uma conquista civilizatória. Aécio Neves regride no tempo, ao adotar a repressão como método para lidar com o problema. Se, como ele alega, essa é uma atividade essencial, por que não acelerar os concursos públicos, pagar salários dignos e garantir outros direitos? Por que manter a precariedade nas contratações?
O espetáculo de autoritarismo é muito evidente: os servidores questionam escalas de trabalho extenuantes, desvio de função, suspensão do pagamento dos grevistas, pressões para abandonar o movimento e cessar os contatos com a entidade representativa desses trabalhadores, ameaça de não renovação dos contratados e de punições para os efetivos, no momento da avaliação de desempenho.
Essa é a marca do governo Aécio quando se trata dos direitos dos servidores.
E é essa a mensagem que Aécio Neves passa para o Brasil e para Minas Gerais: a do soberano autoritário, que pratica o estado de exceção e elege servidores públicos como inimigos.