sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cidade Administrativa: a quem interessa?





Ao fundo temos Belo Horizonte, 
bem distante. . . 














A construção da Cidade Administrativa na região norte de Belo Horizonte, transformou-se na perfeita tradução das pretensões políticas do governador Aécio Neves à presidência da República: a obra monumental que o faria passar à história.
Aécio Neves e sua equipe tentam, com a ajuda de uma poderosa estratégia publicitária, justificar para a população a questionável transferência da administração pública para a Cidade Administrativa como uma medida de economia para o Estado.
Qual o custo da Cidade Administrativa? Essa resposta é um problema, pois, a transferência da responsabilidade pela execução das obras desse mega projeto para a CODEMIG, uma empresa pública, não permite transparência sobre a origem e destinação dos recursos utilizados na implantação do empreendimento que envolve a circulação diária de 28.000 pessoas, sendo cerca de 16.000 profissionais públicos, com 14.000 estações de trabalho e 12.000 visitantes estimados.
A CODEMIG anunciou que apenas na construção o custo já atinge 1,2 bilhão de reais. Recursos orçamentários do Estado na ordem de R$12 milhões foram destinados à consultoria técnica contratada para elaborar a logística de implantação da Cidade Administrativa, a Accenture do Brasil Ltda, uma empresa norte americana de consultoria de gestão e serviços de tecnologia. Também, como foi veiculado pela imprensa, o governo do Estado destinou R$ 100 milhões para a compra dos novos móveis e equipamentos necessários à implantação das novas instalações. Se levarmos em conta as obras que serão realizadas na recém inaugurada Linha Verde, e outras intervenções na região, o custo da Cidade Administrativa pode chegar a 2 bilhões de reais.
A Cidade Administrativa é necessária? Certamente que essa é a pergunta mais temida pelo governador e sua equipe, que têm produzido abundantes justificativas para convencer aos que precisam dos serviços públicos penalizados com a escassez de recursos.
Na contramão dos modernos conceitos de descentralização administrativa e ignorando o avanço na informática, meios de comunicação e gestão de serviços e pessoas, o governador resgatou modelos de centralização autoritária da década de 40. Na verdade, o governador não conseguiu vislumbrar outra grande obra que satisfizesse a sua vaidade. Na sua cabeça também não passou a possibilidade de construir hospitais, escolas, ou outros equipamentos públicos mais necessários à população de nosso Estado.